quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Ser para compreender

Há certos momentos em que nós mesmo não nos entendemos. Precisamos nos afastar de tudo e todos e tentar assistir à cena de longe. Mas a vida é um quebra-cabeças complicado e nós somos peça sem a qual não há resolução. Então não podemos simplesmente nos afastar sem provocar algumas consequências e esse é o ponto mais doloroso de tudo isso.
Não adianta querer que outros entendam algo que se passa apenas em você, no seu ponto mais íntimo.  É inútil e angustiante. A sensação é de que você está vivendo uma ilusão, que você complica algo desnecessariamente, quando na verdade, tudo nunca foi tão real e necessário.
É difícil lidar quando outras coisas se fazem necessárias e você tem que se pôr em segundo plano, pois são as exigências da vida em sociedade.
Como no meio de uma história confusa, meio surrealista, meio tragédia grega, até meio clichê, é difícil prever o futuro quando você faz parte dele. Não sabemos que outros personagens surgirão nem quais serão as circunstâncias que se farão presentes.
Ser é um processo difícil e certas vezes frustrantes. Mas não há alternativa. Não ser é um estado imensuravelmente massacrante. Nosso dever, digamos assim, é ir sendo na esperança de haver um propósito, um fim, nem que seja lá no fim.

(28/10/15)

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