Para ler ouvindo: http://www.youtube.com/watch?v=ZNJcO7xJtf4
I
am ready for love,
why
are you hiding from me?
I'd
quickly give my freedom
to
be held in your captivity...
(India.Arie)
Sim, amor só
dura em liberdade. Sentenciava o Maluco Beleza. Esse espírito livre e impuro.
Amor quer ter passo comprido, voo distante. Quer sair por aí, olhar pra trás e:
te ver. Amor quer amarras. Sim: liberdade é preciso e o ciúme também. Senão há
rotina, e cansa.
E há quem diga
que não há no mundo, ou em outro, sentimento mais paradoxal. Se queres amor,
toma esta luta eterna de que o mesmo se faz.
Tu me disseste
que estavas pronta: que se permitia se desprender, desapegar completamente.
Retruco: não estás. Pois há de sempre ter entrega, qualquer coisa de rendição,
sacrifício. Nunca essa coisa doentia de ter. Não nos possuímos, nunca. O que se
diz humano deve ser pra sempre do mundo, sem restrições.
Devemos ser
pássaros: do mundo, dentro de uma gaiola. Gaiola de porta aberta. As asas íntegras e o canto límpido.
Lembras da
menina que vivia a chamar: “vem cá, Sabiá, vem cá”? Não sabia que a ave era do
mundo. Talvez por isso fosse amor puro, inocente.
É preciso
estar pronto a entender coisa tão complicada como é essa de que estamos
falando. Raramente estamos. E enquanto isso, vamos brincando de ter, de perder,
brigar e “amar”, não no seu sentido mais verdadeiro, mas no que conhecemos.
Prepara-te. A
vida é um constante brincar de amar.
E somos sempre
peça.
“Sabiá
responde de lá: Não chore que eu vou voltar”.
(30/08/2013)