sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Ready for love



I am ready for love,
why are you hiding from me?
I'd quickly give my freedom
to be held in your captivity...
(India.Arie)


Sim, amor só dura em liberdade. Sentenciava o Maluco Beleza. Esse espírito livre e impuro. Amor quer ter passo comprido, voo distante. Quer sair por aí, olhar pra trás e: te ver. Amor quer amarras. Sim: liberdade é preciso e o ciúme também. Senão há rotina, e cansa.
E há quem diga que não há no mundo, ou em outro, sentimento mais paradoxal. Se queres amor, toma esta luta eterna de que o mesmo se faz.
Tu me disseste que estavas pronta: que se permitia se desprender, desapegar completamente. Retruco: não estás. Pois há de sempre ter entrega, qualquer coisa de rendição, sacrifício. Nunca essa coisa doentia de ter. Não nos possuímos, nunca. O que se diz humano deve ser pra sempre do mundo, sem restrições.
Devemos ser pássaros: do mundo, dentro de uma gaiola. Gaiola de porta aberta.  As asas íntegras e o canto límpido.
Lembras da menina que vivia a chamar: “vem cá, Sabiá, vem cá”? Não sabia que a ave era do mundo. Talvez por isso fosse amor puro, inocente.
É preciso estar pronto a entender coisa tão complicada como é essa de que estamos falando. Raramente estamos. E enquanto isso, vamos brincando de ter, de perder, brigar e “amar”, não no seu sentido mais verdadeiro, mas no que conhecemos.
Prepara-te. A vida é um constante brincar de amar.
E somos sempre peça.
“Sabiá responde de lá: Não chore que eu vou voltar”.

(30/08/2013)