Fazer-te algum
mal é a última coisa que eu queria. Saiba também que você não me fez mal
nenhum. Se você conseguir entender isso, me dou por satisfeito.
O que há de
mais nessa história e de complicado é a vida. A vida é assim. Ela prega peças
na gente e nós não temos como nos prevenir. Somos pegos de surpresa e geralmente
é muito difícil de compreendermos. Mais difícil ainda é tentar fazer outro
entender uma realidade que ele não vive. Eu sei bem como é isso.
Eu me pego
pensando em tanta coisa. Não consigo escapar da culpa de ter que te fazer
sentir mais uma dor para se somar às outras que já aí existem. Se eu pudesse
voltar no tempo, ainda não sei bem o que faria, mas tudo seria a fim de evitar
qualquer sofrimento a ti. Eu queria ter esse poder. O poder de evitar dor e sofrimento.
Mas nós não temos.
Nós não temos
muitos poderes que desejamos. Não temos o controle sobre tudo. E, diante do que
aprendi, de que para tudo há um sentido e uma razão, me pergunto qual o sentido
disso? Por que não podemos controlar tudo? Embora não tenha a resposta exata,
posso pensar em muitas hipóteses e uma delas é que sem condições favoráveis e
desfavoráveis no meio, não há seleção e, portanto, não há evolução. Você pode
se perguntar o que evolução tem em comum com isso e a resposta é absolutamente
tudo. Saindo do cientificismo, tudo que passamos na vida tem como objetivo
promover mudanças e nos fazer evoluir. A nossa personalidade é um resultado de
condições genéticas influenciadas por fatores extrínsecos, como o ambiente, a
educação e as nossas experiências. São esses acontecimentos sobre os quais não
temos controle que nos fazem quem somos. Sem eles, não somos, apenas existimos.
Se tudo
acontece com esse intuito, isso que nos acontece também assim é. Devo
acreditar. Quero acreditar.
Para tudo há
um momento. O tempo é que nos rege. E, embora eu não consiga aceitar que esse era
o momento para tudo isso, posso estar enganado. Talvez o bom momento não exista,
mas existe o momento certo. Pode ser que danos sejam inevitáveis, mas
possivelmente amenizados.
Eu acredito.
Na vida e nos seus propósitos. É isso que me move.
Eu desejo
apenas o melhor, nos momentos certos. Paciência e olhos atentos, para vermos a
graça de cada coisa a seu tempo.
(27/10/15)
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